quarta-feira, 22 de junho de 2011

Inverso


 Não sei lidar.. não sei conviver, não sei criar, enfrentar, superar, levantar, aceitar.. não sei saber tanto quanto não sei. Não costumo medir dores, já que me privo delas.. tremo e estremeço por fora mas dificilmente uma lágrima cai... dificilmente morro de vontade de chorar, raramente me vejo sentindo o peso da verdade, da sinceridade e, na tentativa de argumentar, me vejo aceitando, já que estou errando (o problema sou eu, não há como ajudar) e eles não mentem ao acertar. É horrível chegar a conclusão de que  o que tenho (lutei para ter) parece, a outros olhos, ter mais valor do que os inúteis reciclados.. não tão bem reutilizáveis, só estou me testando (sem saber, querendo não saber). Me machuco com isso e machuco vocês também.. me vejo olhando tudo ao inverso, vivendo o meu oposto e fazendo todos acreditar que é o real. Não me conheço, estou tentando. Tudo que quis foi chorar, fui covarde por deixar de ser covarde... quis fugir, correr, acabar com tudo isso (esse é só o começo). E por mais que venham felicidades passageiras, felicidades que me distraem, felicidades que não são felicidades, estas que são falsos retratos de mim, do meu semblante, do que decido por feliz e triste.. Do que decido por mim e de mim, de nós, pra você.
Ao final, tudo de que eu precisava era um milésimo de segundo de compreensão.. um abraço apertado e desesperado, pra me sentir humana novamente.. um sorriso, um toque, um aconchego, quem sabe ao menos um segundo de silêncio aqui dentro e um de barulho aí fora, já que estamos ao inverso. Eu disse, pensei, achei. Não encontrei. Não disse. Ao menos, pensei. Não peço mais uma chance, sequer pensei nisso.. mas, a vocês que me conhecem, mostrem isso. Não não deixem estar.

In Your World - Muse ♪

sábado, 18 de junho de 2011

Esqueça

 Não se lembre... lembre- se de não esquecer, esqueça- se de lembrar. Não planeje... não viva, não durma, não sinta e nem chore. Entenda como me sinto.. sinta como eu vivo.. viva como eu sou. O que eu queria não era querer, nem viver, nem amar.. o que amo não vivo, o que vivo não amo. Os finais de semana.. as semanas sem finais. Compilação.. tudo entrelaçado sem mostrar seus laços, enquanto ainda tento sustentar alguns... mesmo que em vão para muitos.. muitos daqueles que tento preservar, nos preservar do que acontece, do que vem acontecendo... da ida e da permanência nesse estado inerente, imóvel, agoniante.. nessa falta de carinho, de afeto, de humanidade e sinceridade. E o meu medo aqui presente... meu medo de me tornar o que mais temo, de temer o que eu possa me tornar.. de assumir o meu medo de perder. E isso é muito natural do meu natural.. dessas vontades, desse querer que nada mais é que um querer sobrepondo outro.. um fundo de cena se escondendo em minhas ações.. É aquele piano que toca suavemente, quase que imperceptível aos ouvidos cheios, mas que toca aos machucados. Isso me embala enquanto me desembalo. Queria estar, queria ver, queria sentir. Mas deixemos isso um tempo de lado, quem sabe.. quem sabe não voltemos mais aqui.. quem sabe eu já não queira voltar. Talvez não devêssemos ter nos encontrado, não devêssemos dever.. mas agradeço, pois vivi, existi, não só sobrevivi. E não lamento, já que este lamento só dura até o final dessa reflexão. Tudo que sinto não cabe aqui e muito menos aí, ali.. Não queira entender..

Vida - Visconde ♪