quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Every Silence

 Está acabando.. mas estou aproveitando, estamos aproveitando. Ainda temos a ultima dança até que as músicas do baile cessem, até que as luzes se apaguem, as nossas luzes se apaguem e nossas mentes também. Mas mesmo assim farei questão de não esquecer, esquecendo. Tudo que se faz necessário será guardado com glória, o desnecessário é lembrado quase nunca. Então se faça necessário que querendo ou não, irei lembrar de nossos momentos.. me dê sua mão e dancemos a ultima valsa até o nosso tempo acabar. Essas são as minhas ultimas palavras, continue do meu lado e me embale enquanto durmo em seus braços, ou fora deles, dentro de ti, dentro de mim. O solo de guitarra vai começar agora, então fique atento e veja que o fim desse tempo é o começo de um melhor, lembre e entenda que as minhas palavras, por mais que se quebrem nelas mesmas, querem te dizer algo.. estamos perdidos dentro disso, dentro do nosso mundo, do nosso caminho. Eu sei e posso te levar até a saída, posso te tirar da escuridão e o quero fazer, mas isso é só após a vida, uma das vidas que criamos dentro desta MOR. O que você pensa que seria melhor agora? Pegue o que for necessário de mim.
 -Obrigada a todos que se fizeram necessários, obrigada por estas centenas de dias de brigas, risadas, tapas, choros, gargalhadas, semblantes diferentes e acima de tudo, por estar começando a aprender a viver graças ao impulso de vocês -com lágrimas nos olhos, Julia exclamava. Era hora de ir dormir e no dia seguinte, nada seria como antes, como antes de seu sono. Mas valeu a pena. Obvious.


What Cannot Be Found, Pt. 1 - Copeland ♪

Ficção

 À beira de um precipício encontrava- se Maria. Alguns poucos pertences seus já estavam colocados no chão, organizadamente, como se alguém fosse encontrá- los depois ou se ela fosse voltar. Poucas esperanças ela guardava ainda dentro de só. Sua respiração acompanhava o ritmo das batidas de seu coração já tão fraco, que oscilava e hesitava em bater. Não era justo continuar com aquilo, já fora feito tudo e mais um pouco para mudar aquele fim mas de nada adiantou. 
 Após a morte de seus pais, Maria ficou sem rumo algum. Tempos depois fora descoberta que ela era portadora de uma doença degenerativa e com isso, todos os que diziam ser seus amigos afastaram- se dela sem algum motivo concreto, talvez por preconceito ou por não serem amigos para estes momentos. Ela estava sozinha, mas ainda sim tinha um pouco de consciência que resistia com o passar acelerado do tempo e avanço da doença, que a cada segundo, ia a matando. 
 Se jogar dali não era a solução para tudo, mas era a alternativa que havia restado, ou melhor, a mais dolorosa. Um ser humano não é capaz de viver sozinho, necessita de outros para troca de experiência e até diálogo.
 Ela não errou por ter vivido exageradamente à sua maneira, ela só errou ao escolher mal com quem viveria próxima, e agora, só agora é que entendeu esses fatos escondidos nas entrelinhas.. Eles se foram, ninguém restou. Ou melhor, nunca estiveram lá. 
 Uma breve ultima olhada à sua volta e no seu passado, sugerida como uma despedida e impulso para sua decisão. Sem pensar duas vezes ela se lançou em queda livre. Segundos depois, seu corpo já desfalecido colide fortemente com o chão. FIM.

 ESSES SÃO REALMENTE AMIGOS OS QUEM ASSIM VOCÊ DENOMINA? QUANTO VALE A SUA VIDA?


Fiction- Avenged Sevenfold ♪

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eat, sleep, repeat..

 Você, meu caro, já tirou de meu ser coisas que me faziam bem em menos de 20 dias. Acabou com o principal dos meus romances, tornou meus dias monótonos ao perceber que a novidade era a que eu inventava (e que agora cansei de inventar), jogou inúmeros baldes d'água em minha face pra tentar me acordar e fazer perceber a realidade que eu não conseguia enxergar. Arrancou lágrimas de desespero depois de uma fúria de torrar meu cérebro, a qual eu quem escolhi passar. Me fez compor canções repetitivas que eu ainda não ouvi e nem pretendo o fazer; me mostrou o quão irritante são as desculpas e que a lua ficar mais brilhante quando você quer ver beleza nela. Mostrou o nada em meio à tudo que eu achava que vivia. Eu sobrevivi, contei até dez milhões, ergui minha cabeça e agora estou procurando, sem calma alguma, uma saída clara ou um desvio qualquer, pra sair de vez dessa linha de risco que eu fui me encontrar. 
 E posso confessar com toda a certeza, que minhas mãos não oscilam mais ao lembrar daquele alguém, já que decidi depois de sua escolha de me deixar, te deixar também.
 Essa sequência de dias contados mal começou e já está tudo assim, então pegue o que achar necessário de mim, se for pra melhorar. E por favor, tenha paciência comigo, mudanças são necessárias.
 Ainda quero você.. perto o bastante pra ser longe de mim.

VOCÊ TEM VISTO O QUE TEM FEITO COMIGO?

 Impossible- Anberlin ♪

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

The Wanderlust (the last seventeen days)- II

 "(..) Aquele sentimento prematuro e intenso estava diferente..ele parecia distante, desviava- se quando o assunto da conversa era eles e dava um jeito de adiar o encontro deles. Mas ele negava absoluto, dizia que quando fosse o momento em que não daria mais certo, ele falaria diretamente e que isso estava longe, pois o que ele sentia por ela, mesmo sem saber certamente o que era, significava muito.
 Porém, depois de mais de sessenta dias sem se ver (ela em agonia por sentir falta dele, ele talvez também, mas inseguro de suas palavras e atitudes), veio o ultimato: diz ele que, enquanto embebido, havia ficado com outras garotas e também, que tinha percebido que o que sentira pela sua ex ainda estava vivo e que após eles se verem  pelo acaso, ele estava confuso e havia voltado com ela. A andarilha explodiu.. ficou revoltada com a falta de caráter ou de sinceridade por esconder aquilo por tanto tempo, por pelo menos trinta dias ter sido enganada e acima de tudo, a quebra de promessas. Em primeiro momento, era como se ela tivesse sido atingida por vários canivetes, que perfuravam sua pele bem sutilmente. Doeu, mas não era pra doer.. e por não suportar isso, palavras frias, sujas e sinceras foram cuspidas nele, oras, era mais que certo jogar pra fora tudo que estava engasgado, tudo que estava a impedindo de respirar.Ia doer nele, mas ele tinha que ver o que havia causado pra ela, sentir na mesma intensidade. Começou então um processo de desapego e de despedidas dolorosas, ela percebeu que amava ele então não se importava com o fato daquilo, só queria pensar e olhar para frente, queria estar com ele em todos os amanhã de hoje, ter a certeza de que teria um dia a mais sempre que fosse necessário. Ela ficou entre a cruz e a espada e se viu num dilema, no qual havia a paixão e a razão: um dizia que era sensato sumir, o esquecer e se vingar; o outro o queria mais próximo do que antes, simplesmente o queria ver feliz, de preferência ao seu lado.
 Em meio à isso, a rotina da andarilha desiludida foi se quebrando e se reconstruindo ao mesmo tempo, em cima do nada. Mas não...aquilo que sentiam era incontrolável tanto para ele quanto para ela, e nem o fato dele estar junto da outra ajudava, sentia de impulso para ela sentir vergonha na cara e perceber que aquele já não era mais o seu lugar. Até que então, no âmago da saudade e da vontade de um pelo outro, se viram novamente, a tal da ultima vez então. As palavras doíam muito mais com ele em sua frente e de fundo, tocava na mente dela as baladas mais lentas que já havia ouvido. Era torturante. E então a agonia aumentou, o fato de ele estar em sua frente e estar mantendo sua promessa perante a sua ex atual era o fim. Aquela agonia não era só ela quem sentia, dava pra ver no semblante dele isso. Foi inevitável. O melhor beijo que ela já havia provado aconteceu, seus lábios se encontraram e num piscar de olhos, todo aquele 'adeus' parecia uma simples mentira. Mas foi a ultima vez. Naquela tarde foram tantas despedidas numa só. A andarilha, ciente de que ele não a pertencia mais, citou poemas de Vinicius de Moraes e Manuel Bandeira como uma forma de agrado, logo depois partindo. 
 Tudo que existiu entre os dois foi puro, mágico e, apesar de ter tido um final precipitado, o que aconteceu está preservado e assim ficará.
 Querendo como objetivo a felicidade dele, a andarilha resolveu tentar esquecê- lo sem esquecer. Tinha que enterrar o que havia acontecido mas não conseguia pensar no fato de sumir da vida dele. Ele era a rotina dela, e ela a dele e isso estava acima. A amizade que criaram no começo ainda existe e é o que irá os unir agora. Os momentos foram gravados em todas as paredes da casa dele, e o cheiro dele grudado na mente dela. A parte mais difícil é ela entregar o seu respirar a quem já tem ar, ajudar ele a ficar bem e a dar certo o relacionamento dele com ela.
 Mas enquanto isso não se realiza, a andarilha volta. Volta para aquilo antes dele, volta a sua busca de si mesma, lembra da realidade e ao mesmo tempo, tenta fazer não sangras mais as feridas que este causou. Desapego físico e mental.
 -Ah se não fosse o show daquele cantor desgraçado! -dizia ela, lembrando do começo e escrevendo sobre o seu romance renegado que ela não quer esquecer de lembrar."

Muda- Esteban (8)
(baseado em fatos reais.)

The Wanderlust (the last seventeen days)- I

 Existia uma garota, no meio de uma hiper população que surgia de todos os cantos, andando em todas as direções sem objetivos longos. Na verdade ela não era muita coisa socialmente. Era um alguém que procurava à si mesma, sem adicionais. Tinha cabelos curtos num corte feito por ela mesma, era mediana e tinha um bom coração, ingênuo até demais.
 Numa das costumeiras voltas que ela fazia pelos bairros próximos ao albergue popular em que agora vivia, depois de resolver sair de casa e ver que não era necessário, que ela não fazia questão da vida confortável que tinha, conheceu um alguém diferente, mas confessemos, indiferente de começo. Ele estava num show que ela resolveu ir assistir de ultima hora, era de um rapaz que tocava sucessos alheios, um pouco de Elvis Presley, boleros e folk. O cantor era pouco conhecido, mas pelas letras das canções, era notável o talento dele que com sua barba e bigode, chapéu e cigarro de lado aparentava ter personalidade. Ele era bom, só não tinha dado sorte na sua carreira ainda.
 Entre olhares, músicas e uma repentina aproximação, a andarilha e o rapaz da mesa ao lado curtiram a noite..eles tinham cabelos encaracolados e um sorriso lindo, olhos castanho claro e mais alta do que ela..resolveram continuar se vendo e trocando conversas sobre suas vidas, esperanças e desalentos. Semanas depois, a amizade ia se ampliando e se tornando mais intensa sem que isso fosse percebido. Ele tinha uma namorada e sempre comentava sobre o relacionamento dos dois que já não ia muito bem. Tempos depois ele resolveu terminar com ela que sem querer, exagerava em seus 'sentimentos', o que tornava comum.
 A andarilha e o rapaz que lhe fazia bem com suas conversas marcaram de se encontrar. Era fácil de perceber que as intenções haviam mudado e que a necessidade de um pelo outro havia aumentado com isso e então, andando por uma rua qualquer, entre gargalhadas e conversas num dia dezessete, aconteceu. Ele a puxou num beijo leve e doce, sendo correspondido inevitavelmente. Isso se tornou mais.. e mais.. e mais.. a sede que sentiam era tão grande que marcaram de se ver outras mais vezes, não havia um dia que não se falavam. Um havia se tornado parte essencial da rotina do outro. Era significativo e único, principalmente aquele céu delicadamente desenhado para que eles vissem num dia de domingo, num parque, em um desses encontros deles. À noite ele aparecia para ela em seus sonhos, em uma hora qualquer do dia era nele que ela estava pensando, mesmo sem querer. Era tudo bom demais mas, aos poucos, a andarilha começou a perceber detalhes que escapavam dele. Algumas palavras incertas, temores e afins. (...)


MK Ultra- Muse (8)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

The end is the beginning disguise

 Vendo um pequeno filme de tudo, do meu tudo, vejo o quanto tive altos e baixos. O quanto eu já mudei, melhorei, aprimorei, regredi, chorei, gritei, esperniei, bati o pé e impus o meu ponto de vista.. provei e senti o impacto que algumas palavras comuns vindas de alguns próximos nos balançam. Isso me fez tão mal, transformou a minha calma na bagunça, a minha certeza na minha indecisão, a minha felicidade em algo disfarçado. Me transformo no que ninguém queria. Agora vejo o quanto eu era pequena comparada a agora.. o quanto eu tinha pra aprender e os caminhos que não quis seguir. Eu não sei esquecer as coisas, sei tentar.     Tento parecer feliz, tento escrever algo bom, tento me distrair e deixar claro que está tudo bem, mas aqui dentro nunca está. Eu nunca estou. De vez em quando até eu me recuso a ficar dentro de mim, me sinto presa com toda a liberdade.. sinto que posso me rasgar a qualquer hora por guardar coisas que ninguém deve saber, coisas minhas que não me pertencem. Coisas, pessoas, palavras, memórias, fotos que tirei na minha mente e que enterrei à sete palmos.. ou não enterrei. Estou tão perdida em mim mesma que até me orgulho disso. Agradeço a mim mesma por certas escolhas e negações..agradeço por ter vivido tudo que vivi e por ter aprendido em no mínimo 16 anos, o que a maior parte da população só descobre à beira da morte. Eu estou presa aqui mas sem nenhuma corrente, eu me vejo mas não me sinto. Não sinto. Só sinto. Achar perguntas para tudo é o que eu mais sei fazer. Me importo com o que ninguém se importa. Lembro que a lua todo o dia me olha mas em quase nenhum trocamos olhares. Dou valor às memórias mas não consigo me apegar ao comum..se vejo que você vai ser mais feliz e fazer melhor proveito com tal coisa, te dou, mesmo que custe muito ou que custe pouco. Não há dinheiro que pague um sorriso que eu vejo no rosto de alguém importante desprevenido, ali, que apareceu para não ser percebido mas que quis ser percebido porque eu o vi. Seres importantes agora. E quem sabe no amanhã. Aqui dentro tenho memórias que não venderia nem por todo o dinheiro do mundo, lembro de coisas que ninguém quer se lembrar. 
 Mas que fique claro que o assunto EU é chato. Meu tudo é regado pelo seu nada, ou seja, por mais que você tente me entender, que insista, que sente e espere explicações, eu não posso te dar porque não as tenho. Há tanta coisa aqui que eu não sei usar.. sou uma máquina com vários defeitos e poucas perfeições. Ao mesmo tempo que forjada com aço inoxidável, sou coberta por uma fina camada de papel de ceda. Com uma simples palavra sou capaz de ser abalada, mas noutras horas nem com todas do mundo e mais um pouco me sinto incomodada. Leve em consideração que por enquanto estou aqui. Eu sou o que você não quer ser, por isso agradeço por todo dia acordar e saber que tenho outra chance de errar.

 SE VOCÊ NÃO SABE COMO TERMINAR, APENAS NÃO TERMINE.


Stockholm Syndrome- Muse (8)

Quanto tempo

 Todos os momentos que eu passo são embalados por músicas que eu mesma compus e que nem em minha mente tocam. Elas simplesmente existem, como a presença destes. A cada gota de chuva que cai do céu eu tento despertar pra verdade e continuo me cobrando sempre e sempre. Cobro que eu tenha mais paciência, que eu aprenda a lidar com coisas fora do meu controle, que eu seja menos isso, mais aquilo e aceite aquilo lá.. vejo que não dá certo, mas continuo, só paro no momento que levo um beliscão da vida e vejo que está tudo errado. De tanto pensar, novamente, saiu tudo bagunçado. Mas sabe, mesmo sem querer, tudo tem um sentido. Não é sem motivos que já caí tanto, não é sem um enredo todo que só aparece nos créditos do final do filme que esse espetáculo acontece. E é nisso que eu tento me apegar mais..tento perceber que a vida não é a vida, que vivo desacordada e que existem idas e vindas. Uma hora ou outra eu vou ter que sair da minha zona de conforto pra aprender outro jeito de continuar aqui. A graça de viver é não viver, o riso sarcástico de si mesmo é dado por aquele que entendeu a piada mas se manteve calado quando esta foi contada para outro. As minhas palavras não se encaixam mais como antes, meus assuntos se resumiram em um. Um milhão de coisas em um. Não que eu não goste disso, mas meu refúgio está se tornando costumeiro, e da próxima vez que eu voltar ele pode ter se alterado sem que eu perceba. Ao mesmo tempo que eu estou aqui, eu não estou. Estou aqui e lá. Estou do seu lado, longe de você. Aqui e em mil lugares, que seja. Poesias não se encaixam mais no meu mundo, porque necessito de filmes de ação. Suspense e ação. Cansei dos infantis e das poesias falsas que fazem as palavras parecerem belas só pra me enganar. Todos querem fazer isso, com ou sem motivo.  Meu elevador travou e não quero usar as escadas, será que mesmo assim alguém vai me esperar pra chegarmos juntos até lá em cima? 
 O vento já levou tanto de mim, já me levou. Me balançou, pensei que iria cair mais algo me manteve de pé. Nós agimos certo, foi o tempo que errou conosco. Todas essas voltas que damos sempre chegam ao mesmo ponto, o do começo. Horas o alcançamos com algumas feridas a mais, noutras intactos.
 Todos esses desvios que eu mesma faço, todas essas barreiras que eu crio e não consigo derrubar são meu fim e minha salvação. Eu peço mais do que você pode me dar, por isso vou acabar com isso sem final, para não ter um. Amor, eu não quero mais amar. 

EU NÃO SEI O AMOR QUE QUERO.

Esteban- (Eu sei) Você Esqueceu (8)
"Querer esquecer uma pessoa é pensar nela"- Jean de La Bruyère
(não que eu queira te esquecer, mas foi esse o rumo que o meu texto tomou.)

Subway

 Não tenho nada a reclamar, somente a agradecer. Os três ultimos meses que se passaram foram muito importantes para o agora e para o depois, pois a partir deles, vou saber o que escolher daqui uns minutos. Minutos que irão sem querer, virando horas, depois dias, semanas e meses. Eles marcaram a minha vida. Ao mesmo tempo que eu me via afundada num poço sem fundo, entendi que quando me desprendesse das bordas onde segurava pra não cair, mesmo depois de um tempo em queda livre, eu encontraria o chão. Achei que a queda, na hora, iria custar a minha vida, achei que morreria no sentido literal e normal mas te ouvi e então fechei os olhos e me lancei. Depois de algum tempo bati fortemente contra o chão. Conquistei alguns arranhões por causa da queda, mas eu já estava preparada, o que fez doer menos. Graças a conselhos e palavras de incentivo que eram berradas de fora do poço, pude descobrir uma fácil saída pra ele. Pude descobrir que a minha principal barreira e a principal fonte de dor que eu sentia partia de mim, porque na verdade EU queria aquela dor, talvez para me sentir mais próximo da figura que a causou. E eu saí, mas não totalmente.. saí de lá, dei uma volta no quarteirão, descobri que haviam vizinhos novos e que a floresta se encontrava mais bela do que nunca! Que a lua brilhava mais bela vista do lado de fora, que o cheiro da chuva continuava a me fascinar e que nada era mais aconchegante do que um abraço sincero mas, algumas trocas da lua com o sol me fizeram cair na real. Me fizeram perceber que eu somente havia sonhado que tinha saído, aquilo tudo era só uma ilusão que eu mesma havia criado para me manter bem, percebi que aquelas palavras eram refrescantes e frias como a chuva. Quando me dei conta, esfreguei os olhos após acordar, olhei em volta e ali continuava. Eu nunca havia saído de lá.. na verdade, foi lá que eu morei a vida toda. Nesse poço que agora eu havia chegado ao fundo.. as minhas saídas eram reais e ilusórias ao mesmo tempo. Acordei. Vi que você tinha me posto lá novamente e duma hora para outra, entrei em pânico. Por mais que eu estivesse preparada para aquilo, eu não queria estar. Até então a sua imagem era minha, o seu corpo era meu, ao menos nas minha mente e agora isso havia sido roubado. Você decidira me contar tudo e mostrar que talvez suas palavras tenham sido falhas, que suas promessas não foram cumpridas e que a outra pessoa, do lado de fora do poço que pensara eu estivesse bem longe daqui, era quem você preferira à mim. Não aceitei e nem aceito. Um dia após isso me vi lutando contra eu mesma, vi que a minha vontade de você é o que me controla inconscientemente e que o que eu mais quero é o errado, o insensato, o egoísta. Dane- se as regras que eu mesma criei, dane- se o sensato e o certo. Eu deveria fugir, te esquecer, mas tudo que eu faço é me aproximar de você. Me sinto errada por ainda estar aqui, por ainda achar em você o conforto e a paz pra mim, necessária, mas entendi que no final, o que é levado em consideração é a intenção do algo e a sinceridade. Confesso, vai demorar muito tempo pra criarmos esse algo novo, para lapidarmos essa amizade nova e pra amenizar esse desejo, mas farei o possível pra te ver feliz. Se sua felicidade for viver aí fora com este outro alguém, sou capaz de colaborar pra isso.. porque a cada vez que te vejo feliz, eu escalo mais um bloquinho do poço que sempre vivi, rumo à costumeira claridade, rumo à você e rumo a mim. No final da história, entendo que tudo isso foram coisas determinantes, e que o único responsável por me manter aqui ainda, do seu lado, é você. Todos os meus caminhos me levam para o mesmo lugar, esse desvio que eu criei é o que eu quero seguir.

ESTOU EMBEBIDA PELA FALTA DE VOCÊ.

A Resposta- Família Lima (8)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Três

 "-É difícil, está sendo mais doloroso do que eu pensava.. -concluia Melina sobre o que se passara. Exatos três dias haviam se passado desde que descobriu um outro jeito de tudo, ou melhor, do tudo dela. O tudo que se resumia a uma unica coisa, a que bastava, mesmo somente ela sabendo disso: ele. Ele não era o estereótipo perfeito que toda a garota sonha, nem que ela sonhava, mas vai saber por que diabos ela foi se apaixonar. Ele havia dado seu parecer e sua confissão, ela pensara, chorara e refletia sobre tal. Em alguns momentos encontrava- se despedaçada em trilhões de pedaços de um barato cristal, em outras seu ego era tão gigantesco que ela fingia até pra si mesma de que estava tudo bem.. ao alçar dos detalhes, antes do prévio fim, ela já previra isso. Não o fato, mas algo similar. 
 -'A morte lhe convém' -dizia algo dentro dela como um sussurro sutil, traição é traição. Por mais que tenha os velhos poréns, o fato não se altera. Era novamente a velha luta entre a razão e a paixão, que a controlava sem pudor. Era uma luta contra si mesma, na qual ela sabia que mesmo qualquer uma das partes ganhando, iria doer, e só quem iria ver isso seria ela, quem vivenciaria isso..ela. Mas do mesmo jeito, ela seria capaz de se arrepender de todos os pecados cometidos para ter mais uma vez, para conseguir conquistar ele e seria até capaz de passar por cima do acontecido. Não que seria o certo, mas seria o mais viável. Lágrimas escorriam dos seus olhos e alcançavam o seu queixo fino ao lembrar das palavras frias e concretas ditas à ela...não que o problema fosse ele, na verdade era ela. Ela poderia ter sido mais presente, mas amável, mais tudo..tudo um pouco mais. Mas há outros que dizem que ele não a mereceria seja qual fosse a forma, quem mente e engana uma vez, engana duas, três, e só se dá conta disso depois do fim. Fim? Eis algo que todos conseguiam enxergar, menos ela.. ela não tinha o controle da situação, se sentia uma simples peça do jogo fútil de sentimentos de uns com os outros, e mesmo se o tivesse, o que faria? Daria mais uma chance para a paixão ou ouviria a razão e se afastaria por completo dele, para já não mais 'interferir' no romancezinho barato entre aquele que a conquistou por tempos e uma outra qualquer, mas de sorte, que o conquistou e o tomou dela. Nenhuma solução mas um grande anseio: 
 -Meu corpo pede por mais, mais de você. Mas já que não te tenho comigo, o que eu posso é tentar ser feliz, lembrar de você em cada sorriso marcante e em cada anoitecer e amanhecer..porque todo o dia novo que for se raiar, eu vou lembrar que tenho uma nova chance de te conquistar e de te equalizar, mesmo que seja na calada dos gritos, nos devaneios perdidos..e continuarei fazendo planos, lembrando dos nossos e lembrando que já não existem. E quanto à minha rotina,não a quero mais, pois a parte mais agradável dela agora é a mais torturante. E olha, quanto à nós, escolha se sim ou se não, não posso estar sempre aqui, mesmo estando."


AONDE ESTÁ VOCÊ AGORA ALÉM DE AQUI, DENTRO DE MIM? 


Dezesseis- Legião Urbana (8)

sábado, 6 de novembro de 2010

Tempo Perdido

 Eu sempre achei fraco quem chorasse excessivamente. Sinceramente, eu nunca vi ou tive motivos claros para isso, por isso pensava isso..Nunca tinha passado pelas situações que a vida me fez passar recentemente. Eu era uma criança nisso. Mas AGORA, calejada de tantos tombos, com vários arranhões na mente e no corpo..entendo o quanto um choro alivia. Te agonia. Mas alivia. Mas eu não reclamo, não culpo. Não vou apagar tudo que escrevi..não volto atrás. Perdoo, mas não volto atrás. A minha palavra é UMA SÓ. Não me sinto bem. E as lágrimas só pioram a minha visão, porque não alivia nada, só piora. Sabemos que fugir não vai adiantar, que promessas quebradas de nunca mais se ver nunca vão se concretizar. Sabemos que eu sou o elo mais fraco dessa coisa.. nós sabemos. Eu deveria controlar os meus sentimentos e saber deles..não você. Deveria ter continuado como desde pequena, fechada para o mundo exterior e cuidar só do que é meu, porque ao menos assim eu não iria sofrer como agora. Eu não iria ter te conhecido, mas também não estaria aprendendo. Erraria mais para frente. Temos uma contradição aqui.. eu quero o que não tenho, e tenho o que não quero. Mas eu queria..
 Talvez tivesse sido eu quem mais errou aqui. Errei por me doar demais..por ser sincera demais. Talvez se eu tivesse mentido, não estariamos assim. Mas mesmo assim, mesmo com todas essas pedras empilhadas imperfeitas, eu mantive minha palavra. Abri mão de um mundo que eu queria pra me dedicar ao nosso. Nosso? há, quem dera tivesse sido. E agora, em meio à isso eu estou acabando com você com as minhas palavras e ações, coisa que eu não queria, não mesmo, por isso ainda estava aqui e pensava que poderia estar por mais tempo. Mas eu já deveria estar preparada.. Isso é mais uma lição, espero que eu aprenda duma vez por todas, e não saia com o coração esmagado da próxima. Por isso eu odeio me amar. Acima de tudo está EU, e eu tenho que lembrar disso.. Mas por favor, continue.. não pare por mim. Não quero ser culpada de nada, até porque não sou. Não chore por mim, porque já estou fazendo isso por nós. Não sofra, ou melhor, sofra, mas nunca sofrerá tanto quanto eu. Não tem mais clima...pra nada. Sei que não vou conseguir cumprir a promessa de estar com você depois disso..e até agradeço, quem sabe. Porque na verdade, eu estava te impedindo de ser feliz com quem TE CONQUISTOU, certo? Não ligue pra mim. Mes esqueça. Eu não vou te esquecer..mas se você não lembrar de mim será menos doloroso. desculpe por ter ficado tres meses ou mais ocupando um lugar que não era meu.. engraçado que agora tudo se encaixa.. entendo cada palavra que escapava sem querer de você. Mas agora é tarde demais.. Seja feliz com quem está no meu lugar agora (se é que tive um desses aí..)

O NOSSO TEMPO ACABOU PRA NUNCA MAIS VOLTAR ANTES MESMO DE COMEÇAR.

Vento no Litoral - Legião Urbana ♪