sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quanto tempo

 Todos os momentos que eu passo são embalados por músicas que eu mesma compus e que nem em minha mente tocam. Elas simplesmente existem, como a presença destes. A cada gota de chuva que cai do céu eu tento despertar pra verdade e continuo me cobrando sempre e sempre. Cobro que eu tenha mais paciência, que eu aprenda a lidar com coisas fora do meu controle, que eu seja menos isso, mais aquilo e aceite aquilo lá.. vejo que não dá certo, mas continuo, só paro no momento que levo um beliscão da vida e vejo que está tudo errado. De tanto pensar, novamente, saiu tudo bagunçado. Mas sabe, mesmo sem querer, tudo tem um sentido. Não é sem motivos que já caí tanto, não é sem um enredo todo que só aparece nos créditos do final do filme que esse espetáculo acontece. E é nisso que eu tento me apegar mais..tento perceber que a vida não é a vida, que vivo desacordada e que existem idas e vindas. Uma hora ou outra eu vou ter que sair da minha zona de conforto pra aprender outro jeito de continuar aqui. A graça de viver é não viver, o riso sarcástico de si mesmo é dado por aquele que entendeu a piada mas se manteve calado quando esta foi contada para outro. As minhas palavras não se encaixam mais como antes, meus assuntos se resumiram em um. Um milhão de coisas em um. Não que eu não goste disso, mas meu refúgio está se tornando costumeiro, e da próxima vez que eu voltar ele pode ter se alterado sem que eu perceba. Ao mesmo tempo que eu estou aqui, eu não estou. Estou aqui e lá. Estou do seu lado, longe de você. Aqui e em mil lugares, que seja. Poesias não se encaixam mais no meu mundo, porque necessito de filmes de ação. Suspense e ação. Cansei dos infantis e das poesias falsas que fazem as palavras parecerem belas só pra me enganar. Todos querem fazer isso, com ou sem motivo.  Meu elevador travou e não quero usar as escadas, será que mesmo assim alguém vai me esperar pra chegarmos juntos até lá em cima? 
 O vento já levou tanto de mim, já me levou. Me balançou, pensei que iria cair mais algo me manteve de pé. Nós agimos certo, foi o tempo que errou conosco. Todas essas voltas que damos sempre chegam ao mesmo ponto, o do começo. Horas o alcançamos com algumas feridas a mais, noutras intactos.
 Todos esses desvios que eu mesma faço, todas essas barreiras que eu crio e não consigo derrubar são meu fim e minha salvação. Eu peço mais do que você pode me dar, por isso vou acabar com isso sem final, para não ter um. Amor, eu não quero mais amar. 

EU NÃO SEI O AMOR QUE QUERO.

Esteban- (Eu sei) Você Esqueceu (8)
"Querer esquecer uma pessoa é pensar nela"- Jean de La Bruyère
(não que eu queira te esquecer, mas foi esse o rumo que o meu texto tomou.)

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