sexta-feira, 12 de novembro de 2010

The end is the beginning disguise

 Vendo um pequeno filme de tudo, do meu tudo, vejo o quanto tive altos e baixos. O quanto eu já mudei, melhorei, aprimorei, regredi, chorei, gritei, esperniei, bati o pé e impus o meu ponto de vista.. provei e senti o impacto que algumas palavras comuns vindas de alguns próximos nos balançam. Isso me fez tão mal, transformou a minha calma na bagunça, a minha certeza na minha indecisão, a minha felicidade em algo disfarçado. Me transformo no que ninguém queria. Agora vejo o quanto eu era pequena comparada a agora.. o quanto eu tinha pra aprender e os caminhos que não quis seguir. Eu não sei esquecer as coisas, sei tentar.     Tento parecer feliz, tento escrever algo bom, tento me distrair e deixar claro que está tudo bem, mas aqui dentro nunca está. Eu nunca estou. De vez em quando até eu me recuso a ficar dentro de mim, me sinto presa com toda a liberdade.. sinto que posso me rasgar a qualquer hora por guardar coisas que ninguém deve saber, coisas minhas que não me pertencem. Coisas, pessoas, palavras, memórias, fotos que tirei na minha mente e que enterrei à sete palmos.. ou não enterrei. Estou tão perdida em mim mesma que até me orgulho disso. Agradeço a mim mesma por certas escolhas e negações..agradeço por ter vivido tudo que vivi e por ter aprendido em no mínimo 16 anos, o que a maior parte da população só descobre à beira da morte. Eu estou presa aqui mas sem nenhuma corrente, eu me vejo mas não me sinto. Não sinto. Só sinto. Achar perguntas para tudo é o que eu mais sei fazer. Me importo com o que ninguém se importa. Lembro que a lua todo o dia me olha mas em quase nenhum trocamos olhares. Dou valor às memórias mas não consigo me apegar ao comum..se vejo que você vai ser mais feliz e fazer melhor proveito com tal coisa, te dou, mesmo que custe muito ou que custe pouco. Não há dinheiro que pague um sorriso que eu vejo no rosto de alguém importante desprevenido, ali, que apareceu para não ser percebido mas que quis ser percebido porque eu o vi. Seres importantes agora. E quem sabe no amanhã. Aqui dentro tenho memórias que não venderia nem por todo o dinheiro do mundo, lembro de coisas que ninguém quer se lembrar. 
 Mas que fique claro que o assunto EU é chato. Meu tudo é regado pelo seu nada, ou seja, por mais que você tente me entender, que insista, que sente e espere explicações, eu não posso te dar porque não as tenho. Há tanta coisa aqui que eu não sei usar.. sou uma máquina com vários defeitos e poucas perfeições. Ao mesmo tempo que forjada com aço inoxidável, sou coberta por uma fina camada de papel de ceda. Com uma simples palavra sou capaz de ser abalada, mas noutras horas nem com todas do mundo e mais um pouco me sinto incomodada. Leve em consideração que por enquanto estou aqui. Eu sou o que você não quer ser, por isso agradeço por todo dia acordar e saber que tenho outra chance de errar.

 SE VOCÊ NÃO SABE COMO TERMINAR, APENAS NÃO TERMINE.


Stockholm Syndrome- Muse (8)

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