sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Subway

 Não tenho nada a reclamar, somente a agradecer. Os três ultimos meses que se passaram foram muito importantes para o agora e para o depois, pois a partir deles, vou saber o que escolher daqui uns minutos. Minutos que irão sem querer, virando horas, depois dias, semanas e meses. Eles marcaram a minha vida. Ao mesmo tempo que eu me via afundada num poço sem fundo, entendi que quando me desprendesse das bordas onde segurava pra não cair, mesmo depois de um tempo em queda livre, eu encontraria o chão. Achei que a queda, na hora, iria custar a minha vida, achei que morreria no sentido literal e normal mas te ouvi e então fechei os olhos e me lancei. Depois de algum tempo bati fortemente contra o chão. Conquistei alguns arranhões por causa da queda, mas eu já estava preparada, o que fez doer menos. Graças a conselhos e palavras de incentivo que eram berradas de fora do poço, pude descobrir uma fácil saída pra ele. Pude descobrir que a minha principal barreira e a principal fonte de dor que eu sentia partia de mim, porque na verdade EU queria aquela dor, talvez para me sentir mais próximo da figura que a causou. E eu saí, mas não totalmente.. saí de lá, dei uma volta no quarteirão, descobri que haviam vizinhos novos e que a floresta se encontrava mais bela do que nunca! Que a lua brilhava mais bela vista do lado de fora, que o cheiro da chuva continuava a me fascinar e que nada era mais aconchegante do que um abraço sincero mas, algumas trocas da lua com o sol me fizeram cair na real. Me fizeram perceber que eu somente havia sonhado que tinha saído, aquilo tudo era só uma ilusão que eu mesma havia criado para me manter bem, percebi que aquelas palavras eram refrescantes e frias como a chuva. Quando me dei conta, esfreguei os olhos após acordar, olhei em volta e ali continuava. Eu nunca havia saído de lá.. na verdade, foi lá que eu morei a vida toda. Nesse poço que agora eu havia chegado ao fundo.. as minhas saídas eram reais e ilusórias ao mesmo tempo. Acordei. Vi que você tinha me posto lá novamente e duma hora para outra, entrei em pânico. Por mais que eu estivesse preparada para aquilo, eu não queria estar. Até então a sua imagem era minha, o seu corpo era meu, ao menos nas minha mente e agora isso havia sido roubado. Você decidira me contar tudo e mostrar que talvez suas palavras tenham sido falhas, que suas promessas não foram cumpridas e que a outra pessoa, do lado de fora do poço que pensara eu estivesse bem longe daqui, era quem você preferira à mim. Não aceitei e nem aceito. Um dia após isso me vi lutando contra eu mesma, vi que a minha vontade de você é o que me controla inconscientemente e que o que eu mais quero é o errado, o insensato, o egoísta. Dane- se as regras que eu mesma criei, dane- se o sensato e o certo. Eu deveria fugir, te esquecer, mas tudo que eu faço é me aproximar de você. Me sinto errada por ainda estar aqui, por ainda achar em você o conforto e a paz pra mim, necessária, mas entendi que no final, o que é levado em consideração é a intenção do algo e a sinceridade. Confesso, vai demorar muito tempo pra criarmos esse algo novo, para lapidarmos essa amizade nova e pra amenizar esse desejo, mas farei o possível pra te ver feliz. Se sua felicidade for viver aí fora com este outro alguém, sou capaz de colaborar pra isso.. porque a cada vez que te vejo feliz, eu escalo mais um bloquinho do poço que sempre vivi, rumo à costumeira claridade, rumo à você e rumo a mim. No final da história, entendo que tudo isso foram coisas determinantes, e que o único responsável por me manter aqui ainda, do seu lado, é você. Todos os meus caminhos me levam para o mesmo lugar, esse desvio que eu criei é o que eu quero seguir.

ESTOU EMBEBIDA PELA FALTA DE VOCÊ.

A Resposta- Família Lima (8)

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