quinta-feira, 18 de novembro de 2010

The Wanderlust (the last seventeen days)- I

 Existia uma garota, no meio de uma hiper população que surgia de todos os cantos, andando em todas as direções sem objetivos longos. Na verdade ela não era muita coisa socialmente. Era um alguém que procurava à si mesma, sem adicionais. Tinha cabelos curtos num corte feito por ela mesma, era mediana e tinha um bom coração, ingênuo até demais.
 Numa das costumeiras voltas que ela fazia pelos bairros próximos ao albergue popular em que agora vivia, depois de resolver sair de casa e ver que não era necessário, que ela não fazia questão da vida confortável que tinha, conheceu um alguém diferente, mas confessemos, indiferente de começo. Ele estava num show que ela resolveu ir assistir de ultima hora, era de um rapaz que tocava sucessos alheios, um pouco de Elvis Presley, boleros e folk. O cantor era pouco conhecido, mas pelas letras das canções, era notável o talento dele que com sua barba e bigode, chapéu e cigarro de lado aparentava ter personalidade. Ele era bom, só não tinha dado sorte na sua carreira ainda.
 Entre olhares, músicas e uma repentina aproximação, a andarilha e o rapaz da mesa ao lado curtiram a noite..eles tinham cabelos encaracolados e um sorriso lindo, olhos castanho claro e mais alta do que ela..resolveram continuar se vendo e trocando conversas sobre suas vidas, esperanças e desalentos. Semanas depois, a amizade ia se ampliando e se tornando mais intensa sem que isso fosse percebido. Ele tinha uma namorada e sempre comentava sobre o relacionamento dos dois que já não ia muito bem. Tempos depois ele resolveu terminar com ela que sem querer, exagerava em seus 'sentimentos', o que tornava comum.
 A andarilha e o rapaz que lhe fazia bem com suas conversas marcaram de se encontrar. Era fácil de perceber que as intenções haviam mudado e que a necessidade de um pelo outro havia aumentado com isso e então, andando por uma rua qualquer, entre gargalhadas e conversas num dia dezessete, aconteceu. Ele a puxou num beijo leve e doce, sendo correspondido inevitavelmente. Isso se tornou mais.. e mais.. e mais.. a sede que sentiam era tão grande que marcaram de se ver outras mais vezes, não havia um dia que não se falavam. Um havia se tornado parte essencial da rotina do outro. Era significativo e único, principalmente aquele céu delicadamente desenhado para que eles vissem num dia de domingo, num parque, em um desses encontros deles. À noite ele aparecia para ela em seus sonhos, em uma hora qualquer do dia era nele que ela estava pensando, mesmo sem querer. Era tudo bom demais mas, aos poucos, a andarilha começou a perceber detalhes que escapavam dele. Algumas palavras incertas, temores e afins. (...)


MK Ultra- Muse (8)

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