sexta-feira, 29 de abril de 2011

Old Myself

 Estamos aqui novamente. Não por motivos clássicos, dessa vez é surpreendente. Ando em busca do meu velho eu, em realização de favor aos que clamam.. alguns, amigos passados que resolveram fugir sem ao menos me lembrar disso, se é que se lembraram.. outros, passageiros.. love affairs, memórias. É época de seca e o vinho está acabando.. é tempo de revolução e estou a protestar, mas primeiro, pra mim mesma. A força te muda, a ignorância mais ainda.. tampar os ouvidos para o que não lhe é conveniente pode ser um erro, mas quem sabe, seja o mais conveniente para o momento.. o momento que se foi, aquele que nunca existiu e fingíamos existir. Fingíamos eu e eu, vocês não. A vida tá engolindo o que sou eu, o dia-a-dia me consumindo e me fazendo não me encontrar.. ando em círculos, os à minha volta aparentam cansaço e o declamam, lavam suas mãos e veem o espetáculo da minha queda de camarote. Blackout. Tudo se apaga e você abre seus olhos com a certeza de que ainda enxerga, de que ainda respira e que entende a vida (você nunca a entendeu). Dê seu melhor enquanto há tempo, esses contratempos vem de encontro com meus desencontros, e nos fazem nos perdermos.. O problema está nessa madrugada que me surpreendeu, nessa televisão ligada para as paredes, nessa música que me traz um piano excessivamente necessário... nessa jaqueta pendurada, nessas fotos à minha frente e na minha falta. Na falta deles, dizem que estou. Simplesmente estou. Não quero me ler e nem te escrever, e essa segunda pessoa sou eu também. Não trato de ninguém aqui, apenas de mim (eu não existo). -Como vou agir agora? - me pergunto excessivamente.. olhar de fora e apontar os pontos alheios é fácil, o difícil é ser forte o bastante pra aguentar o auto confronto, a tentativa de entendimento do que seria esse velho eu que tanto dizem.. Confesso me sentir perdida dentro de mim, meu corpo oscilando na vertical e horizontal, girando parado em círculos. Meus ouvidos ouvem coisas que eu não ouço.. meus dramas são agora inúteis para aqueles que o admiravam (eles nunca admiraram). Busco um lugar que eu não sei como chegar (eu não sei aonde chegar)...  tudo aquilo que era comum, tornou- se irreal, fora do padrão de que eu não tenho algum padrão.. desilusões, promessas, fugas, tombos, love affairs, cigarettes e drimks, alguns pares de poucos amigos, as ruas, luzes e noites dessa cidade, meu gorro e o pouco que resta da minha memória junto da minha família. Momentos, é disso que estou sobrevivendo, vivendo, caindo e levantando sem perceber. Continuemos, estou continuando... E tudo isso parece inútil quando minha prosa não me satisfaz. 




INUTILMENTE INÚTIL CONTINUAMOS. 
The Small Print + Blackout - Muse ♪

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